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Ginástica Rítmica: Determinação e foco marcam vida de ginastas brasileiras

  • Foto do escritor: Beatriz Lourençoni Monteiro
    Beatriz Lourençoni Monteiro
  • 15 de jul. de 2021
  • 4 min de leitura

Ginastas relatam fatos marcantes de suas trajetórias



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Nicole Pircio, Beatriz Linhares, Mariana Barroso

e Fernanda Alves

Fonte: Acervo pessoal


Determinação é um traço comum da trajetória de ginastas que praticam ginástica rítmica. Elas relatam que o caminho para o pódio não é fácil. Muito treino e foco são necessários para executar com maestria os movimentos de cada série.

Ser medalhista em uma competição é uma conquista que marca a vida de um atleta. Para Beatriz Linhares e Nicole Pircio, ginastas da atual seleção brasileira de ginástica rítmica, terem sido medalhistas nos jogos Pan-americanos de Lima e 2019 foi o melhor momento de suas trajetórias. “Eu nunca achei que um dia eu estaria no alto do pódio escutando o hino do meu país!” relata Beatriz, que desde pequena sempre sonhou e representar o Brasil.



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Seleção brasileira de ginástica rítmica

Fonte: Instagram


A mesma emoção é partilhada por Mariana Barroso. Em 2012 ela foi campeã Sul-Americana pela seleção brasileira na época. Apaixonada pela dança desde pequena, Mariana sempre participou de apresentações na escola. Em uma delas, com cinco anos, foi descoberta pela sua ex-treinadora que a convidou para a escolinha de ginástica. Ela diz que no início era como uma brincadeira, mas depois de muito treino ela se lançou no esporte. “Comecei a competir pra valer, me dediquei bastante e me tornei uma atleta de alto rendimento” relata.



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Mariana Barroso

Fonte: Instagram


Chegar ao pódio não é fácil. A ginasta Fernanda Alves, campeã dos jogos Pan-Americanos de Clube em 2016, afirma que divide sua rotina de trabalho e estudos com treinos diários de 4 a 6 horas. “Em dias que eu não trabalho eu acabo treinando nos dois períodos de manhã o que dá quase 8 horas de treino”.



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Fernanda treinando com a bola

Fonte: Instagram


Diferente de Mariana, Fernanda começou a treinar com nove anos, geralmente as ginastas iniciam com cinco ou seis anos de idade. Ela diz que teve um pouco de dificuldade em acompanhar as meninas mais adiantadas. “Na idade que eu entrei eu já poderia estar num patamar acima.” completa. Mas isso não a impediu de ser premiada em diversas competições.

Fernanda também afirma que sua maior dificuldade foi o peso. As meninas que são mais altas e mais magras têm a vantagem de realizar os movimentos mais rapidamente, o que agrada a maior parte dos juízes. Ela enfatiza que a questão do peso fere seu psicológico. Relata um fato particular no qual, quando estava no pódio recebendo a medalha, uma árbitra lhe disse: “Muito bonita, né? Mas tem que emagrecer pra ir pro torneio”. Fernanda acha a situação injusta principalmente porque no Brasil há várias mulheres com diferentes biotipos. “Não é só a ginasta que tem o biotipo extremamente magérrima que pode estar no pódio”, completa.



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Fernanda Alves

Fonte: Instagram


Em nome do Esporte


Começar uma carreira na ginástica desde muito nova exige alguns sacrifícios. Para Mariana, sua maior dificuldade foi quando começou a crescer e percebeu que existe outra vida fora do esporte. “Você vê seus amiguinhos saindo, vê suas amigas indo pra outros lugares e você não pode ir.” Mariana ainda afirma que muitas vezes teve que abdicar de comer algumas coisas para manter o porte físico.

Já Fernanda revela que gostaria de ter estudado outras coisas e aproveitado melhor alguns cursos que, segundo ela, nunca conseguiu terminar. “O treino exige muito, então ali você tem que decidir se você quer seguir ou se quer abrir mão.” relata.

Apesar de serem bem flexíveis, outra grande dificuldade encontrada pelas ginastas são os machucados que surgem pelo caminho. Pircio revela ter tido uma infecção no joelho durante uma de suas competições.

Uma torção no pé foi o momento mais tenso na trajetória de Mariana. Ela precisou fazer uma cirurgia e por isso teve que parar de treinar por alguns meses. “Foi bem difícil pra mim porque eu já estava acostumada com a minha rotina, meus treinamentos” relata.



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Mariana com o pé enfaixado

Fonte: Instagram


Pandemia


O ano de 2020, além de ser um ano olímpico, também seria o início de um novo ciclo de competições. Com a pandemia os ginásios foram fechados e as ginastas tiveram que se adaptar treinando e casa.

Para Fernanda a maior dificuldade durante a pandemia foi o espaço, ela teve acompanhamento online durante os primeiros cinco meses de treino em casa. “Minha casa é muito pequena. Tinha dias que eu ia treinar lançamentos na rua.” completa.

Já as meninas da seleção brasileira de ginástica acompanharam os treinos por vídeochamada pela plataforma “Zoom”. Pircio, afirma que apesar das dificuldades ela e as outras meninas da seleção buscaram evoluir o máximo que podiam.

Para Beatriz Linhares, a adaptação foi complicada principalmente pela questão do espaço. Ela diz que a motivação das técnicas do time, Camila Ferezin e Bruna Martins, foi de extrema importância para enfrentar o momento. “A gente teve várias aulas diferentes e foi muito legal! A gente teve aula de circo de ginástica aeróbica, a gente pôde fazer balé do bolshoi.” Beatriz ainda afirma que a equipe conseguiu adquirir muita experiência e evoluir bastante.



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Beatriz Linhares treinando em casa Nicole Pircio treinando em casa

Fonte: Instagram Fonte: Instagram


Apesar de todas essas dificuldades as meninas estão com a expectativa alta para as olimpíadas em Tóquio de 2021. “Estamos focadas e treinando bastante para conseguir a vaga e chegarmos em Tóquio. Com fé em Deus vamos conseguir”, afirma Nicole.


O Esporte Que Muda a Vida


Para Mariana responsabilidade é a lição mais importante que aprendeu com a ginástica. “Você tem que ser responsável desde sempre.” ela diz que, graças à ginástica, desenvolveu maturidade e responsabilidade não só para o esporte, mas para todas as áreas da vida.

Já Fernanda aprendeu no esporte a lidar melhor com as pessoas. “Na ginástica a gente tem uma equipe. Não é só você, você não treina sozinho.”

Para quem gostaria de entrar no mundo da ginástica as atletas deixam alguns conselhos: Comece, persista, acredite porque vale a pena.


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